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Autores e livros sugeridos

Obras de autores jovens brasileiros menos conhecidos e autores brasileiros reconhecidos nos estudos acadêmicos, mas ainda pouco conhecidos pelo público

  • Alexandre Guarnieri - Casa das Máquinas (poemas) 

  • Descrição do livro de poemas "Casa das máquinas" - Tome o livro ao alcance do olhar, (a leitura é o combustível), tome-o pois, à mão, o tal dispositivo, livro (é no bunker de neurônios o mistério, à senha), que ninguém sabe, ainda, ao certo, ao torque da chave na ignição, se ligará ou não.

  • Adélia Prado - O Coração Disparado (poemas)

  • Descrição: “Na cama larga e fresca um apetite de desespero no meu corpo. Uivo entre duas mós. Uivo o quê? A mão de Deus que me mói e me larga na treva. Na boca de barro, barro. Quando era jovem pedia cruz e ladrões pra guarnecer meus flancos. Deus era fora de mim. Hoje peço ao homem deitado do meu lado: me deixa encostar em você pra ver se eu durmo.”

  • Ana Cristina Cesar - A teus pés (poemas)

  • Descrição do livro de poemas "A teus pés" - A obra revela o olhar de uma escritora que se colocou na vanguarda de seu tempo e marcou definitivamente a moderna poesia brasileira. Textos curtos, poemas fragmentados, cartas, páginas de diário criam um jogo com o qual a poeta brinca e celebra a vida. Ana Cristina Cesar quebra regras, ousa além da frase, mistura sombra e luz, não hesita em se apropriar da fragmentação do mundo para, em seguida, recriar a seu modo imagens que sensibilizam o leitor.

  • Ana Martins Marques - O livro das semelhanças (poemas)

  • Descrição do livro de poemas "O livro das semelhanças" - obra de uma das mais aclamadas poetas brasileiras contemporâneas, é um acontecimento raro em nossa cena literária A mineira Ana Martins Marques se mostra, em seu terceiro livro, como um dos grandes valores da poesia brasileira. Seus versos comunicam e são certeiros, a nota lírica vem sempre acompanhada de uma visão irônica — e delicada — da realidade. Dividido em quatro seções, O livro das semelhanças desperta o leitor para o prazer iluminador e sensível de uma voz forte e original. Do amor à percepção de que há um espaço para o lugar-comum, do entendimento da precariedade do nosso tempo à graça proporcionada pela memória: eis uma poeta que nos fala diretamente. Ou, como diz em um de seus versos: “Ainda que não te fossem dedicadas / todas as palavras nos livros / pareciam escritas para você”.

  • Ana Paula Maia - O trabalho sujo dos outros (novela, a partir da página 53)

  • Descrição da novela "O trabalho sujo dos outros" - Neste livro, a autora mostra o cotidiano de homens que lutam para sobreviver em meio à pobreza e a falta de esperança de uma vida melhor. O volume reúne duas novelas. A segunda narrativa é ‘O trabalho sujo dos outros’, em que o personagem principal recolhe o lixo numa cidade, na qual ‘tudo se transforma em lixo’ e a riqueza da sociedade pode ser medida pela sua produção de lixo.

  • Angélica Freitas, - Um útero é do tamanho de um punho (poemas)

  • Descrição do livro "Um Útero É do Tamanho de um Punho" – Em seu segundo livro, a gaúcha Angélica Freitas reúne 35 poemas marcados por uma visão crítica extremamente original, animada por um humor que deixa o leitor em suspenso entre a seriedade e o riso. Os versos precisos revelam o domínio da poeta sobre a linguagem. Um útero é do tamanho de um punho tem a mulher como centro temático: procurando definir que figura feminina é essa que nossa cultura trata de desenhar e que se desconstrói incessantemente, a autora questiona de um lado o mundo, de outro a própria identidade. Angélica Freitas estabelece uma relação sutil entre os poemas, de modo que sua voz se torna mais contundente ao longo da leitura.

  • Antonio Carlos Viana - Jeito de matar lagartas (romance)

  • Descrição do livro "Jeito de Matar Lagartas" – Narrando histórias do cotidiano e aparentemente banais, como uma brincadeira de criança, a venda de um imóvel ou o reencontro de um jovem estudante com a antiga professora, o autor toca em questões fundamentais como o envelhecimento, o sexo (ou a ausência dele) e a solidão. Em sua nova obra, as personagens são ao mesmo tempo resignadas e inquietas, o que torna o resultado ainda mais surpreendente. Ao final da leitura destas narrativas, o leitor possivelmente chegará à mesma conclusão que um de seus protagonistas: o mundo se divide “entre os de coração aflito e os de maldade extrema”.

  • Antonio Prata - Nu, de botas (romance)

  • Descrição do livro "Nu, de botas" - Nu, de botas – As primeiras lembranças no quintal de casa, os amigos da vila, as férias na praia, o divórcio dos pais, o cometa Halley, Bozo e os desenhos animados da tevê, a primeira paixão, o sexo descoberto nas revistas pornográficas – toda a educação sentimental de um paulistano de classe média nascido nos anos 1970 aparece em Nu, de botas. O que chama a atenção, contudo, é a peculiaridade do olhar. Os textos não são memórias do adulto que olha para trás e revê sua trajetória com nostalgia ou distanciamento. Ao contrário, o autor retrocede ao ponto de vista da criança, que se espanta com o mundo e a ele confere um sentido muito particular – cômico, misterioso, lírico, encantado

  • Ariano Suassuna - O santo e a porca (peça/comédia)

  • Descrição do livro "O santo e a porca"- Esta comédia em três atos, escrita em 1957, traz todas as características do Movimento Armorial, criado por Suassuna. Aproximando-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do nordeste, narra a história de Euricão Árabe, um velho avarento devoto de santo Antônio que esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro.

  • Bernardo Kucinski - K. (romance)

  • Descrição do livro "K." – A busca de um pai pela filha desaparecida durante o regime militar brasileiro é o mote desse romance ímpar na literatura brasileira. Com um domínio técnico admirável, Kucinski constrói um elo com o leitor logo nas primeiras linhas, fazendo com que este, desconcertado, (re)viva o período de opressão e de torturas precisamente remontado por conta de uma narrativa pungente e avassaladora

  • Bernardo Carvalho - Reprodução (romance)

  • Descrição do livro "Reprodução": Um homem, referido como ‘o estudante de chinês’, se envolve num estranho imbróglio quando se preparava para embarcar para China no mesmo voo de uma de suas antigas professoras desse idioma. Detido por um delegado da Polícia Federal, desanda a desfiar toda uma série de preconceitos tenebrosos – contra negros, árabes, judeus, gays, pobres, gordos -, prejudicando-se ainda mais aos olhos da lei. Acontece que esse ‘estudante de chinês’, sujeito que chegou a trabalhar no mercado financeiro, é um típico personagem da nossa época – leitor de revistas semanais, comentarista de blogs (onde vitupera em caps lock contra as minorias), com um saber supostamente enciclopédico (graças à Wikipedia) e um ethos reacionário, parece encarnar um tipo anti-intelectual que iria ganhar força graças ao espaço relativamente livre da internet. Mas a confusão em que o personagem de Bernardo Carvalho se envolve é apenas a ponta do iceberg – o próprio delegado tem uma estranha história envolvendo paternidade, assim como uma de suas colegas, uma agente infiltrada numa igreja neopentecostal. Sem falar na própria professora de chinês, que está tentando retornar à China para replicar, através da vida de uma menina órfã, a sua própria infância devastada. São personagens, vigorosamente construídos pelo autor, às voltas com suas próprias buscas de identidade e procura por um sentido. Enquanto o estudante de chinês embarca numa espécie de delírio, o mundo à sua volta parece igualmente destituído de um sentido maior. Porque cada um tem sua versão da realidade. E é do choque dessas diversas versões que ‘Reprodução’ ganha força e profundidade, sem abdicar da fluência e do humor corrosivo. É deste modo, trazendo à tona uma série de ‘reproduções’ – do discurso da imprensa aos sites da internet, da reprodução sexual à própria imitação da vida – que este romance poderoso do início ao fim ganha relevância.

  • Bruna Beber

  • Caio Fernando Abreu - Onde andará Dulce Veiga? (Romance)

  • Descrição: Essa obra é a segunda incursão do autor pelo gênero romance. Tendo como coadjuvantes os universos da redação jornalística e da música popular dos anos 1980, esta ficção-verdade desvenda o desejo reprimido e o tesão liberado, a convivência com um mundo opressivo e a maneira de fugir dele.

  • Carol Bensimon - Pó de parede (romance)

  • Descrição: De volta à casa modernista onde cresceu, Alice revive a tragédia que marcou sua adolescência. Em uma pequena cidade, o início de uma misteriosa construção modifica a rotina das irmãs Lina e Titi. Clara, aspirante à escritora, emprega-se em um hotel da serra e transforma-se no Capitão Capivara. Nas três histórias de ‘Pó de parede’, as personagem encaram com sarcasmo e delicadeza as suas desilusões, revelando o lado melancólico da juventude.

  • Carolina Maria de Jesus - Quarto de despejo: diário de uma favelada (diário/romance)

  • Descrição: O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.

  • Conceição Evaristo - Olhos d'água (contos)

  • Descrição: Em Olhos d’água, Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida?Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”. Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira. Conceição Evaristo é mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como a discriminação racial de gênero e de classe. A obra foi traduzida para o inglês e publicada nos Estados Unidos em 2007.

  • Daniel Galera - Mãos de cavalo (romance)

  • Descrição: Mãos de Cavalo começa com capítulos curtos, em terceira pessoa, que tratam de episódios aparentemente díspares – o tombo de bicicleta de um garoto de dez anos numa rua vazia da zona sul de Porto Alegre; uma partida de futebol entre adolescentes do condomínio Esplanada, também na capital gaúcha; e os preparativos de um cirurgião plástico bem-sucedido que, em companhia de um amigo, pretende viajar à Bolívia para escalar o Cerro Bonete, façanha até então inédita. Esses acontecimentos vão aos poucos se conectando no tempo e no espaço dramáticos, e compõem uma delicada trama sobre memória, perda e culpa.

  • Daniela Arbex - Holocausto Brasileiro: vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil (livro-reportagem)

  • Descrição: O repórter luta contra o esquecimento. Transforma em palavra o que era silêncio. Faz memória. Neste livro, Daniela Arbex devolve nome, história e identidade àqueles que, até então, eram registrados como “Ignorados de tal”. Eram um não ser. Pela narrativa, eles retornam, como Maria de Jesus, internada porque se sentia triste, Antônio da Silva, porque era epilético. Ou ainda Antônio Gomes da Silva, sem diagnóstico, que ficou vinte e um dos trinta e quatro anos de internação mudo porque ninguém se lembrou de perguntar se ele falava. São sobreviventes de um holocausto que atravessou a maior parte do século XX, vivido no Colônia, como é chamado o maior hospício do Brasil, na cidade mineira de Barbacena. Como pessoas, não mais como corpos sem palavras, eles, que foram chamados de “doidos”, denunciam a loucura dos “normais”. Descrição consta no prefácio do livro, escrito por Eliane Brum.

  • Eliane Brum - A vida que ninguém vê (livro-reportagem, crônicas)

  • Descrição: Uma repórter em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebridades. Uma cronista à procura do extraordinário contido em cada vida anônima. Uma escritora que mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns. O mendigo que jamais pediu coisa alguma. O carregador de malas do aeroporto que nunca voou. O macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja. O álbum de fotografias atirado no lixo que começa com uma moça de família e termina com uma corista. O homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade.Essas fascinantes histórias da vida real fizeram sucesso no final dos anos 90, quando as crônicas-reportagens eram publicadas na edição de sábado do jornal Zero Hora. Reunidas agora em livro, formam uma obra que emociona pela sensibilidade da prosa de Eliane Brum e pela agudeza do olhar que a repórter imprime aos seus personagens – todos eles tão extraordinariamente reais que parecem saídos de um livro de ficção.

  • Elisa Lucinda

  • Elizandra Sousa

  • Evandro Affonso Ferreira - O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam (romance)

  • Descrição: o premiado Evandro Affonso Ferreira escreve sobre um homem atormentado que experimenta a proximidade dolorosa do mundo. O romance emociona pela forma como fala da loucura, do amor, do abandono e da solidão, enquanto espera – andando e observando os escombros da vida urbana em detalhes – o retorno de sua amada, a que lhe deixou bilhete dizendo ACABOU-SE; ADEUS.

  • Fátima Trinchão

  • Ferréz - Deus foi almoçar (romance psicológico)

  • Descrição: Deus foi almoçar – Calixto é um homem comum, mas como tantos cidadãos ele acorda cedo para fazer parte do labirinto da vida cotidiana. À noite, volta pra casa onde encontra sua mulher e sua filinha, nada mais normal. Mas não é isso que está nesse livro. Sem que ele queira, tudo começa a não fazer mais sentido. Calixto parece não saber como reagir, se é que quer fazer isso. Suas tentativas logo se mostram infelizes e sua conformação incomoda, embora ele tenha a sua frente um portal para mudar tudo. Neste romance psicológico, Ferréz impressiona o leitor ao perguntar se vamos querer de fato uma mudança.

  • Flavio Cafiero - O frio aqui fora (romance)

  • Descrição: Um homem perde a promoção de cargo na empresa em que trabalha há treze anos. Ao mesmo tempo, é abandonado pela namorada. Tudo se desestabiliza e o mundo, agora, está diferente – os mecanismos de sobrevivência se tornam evidentes, as relações se revelam instáveis, as certezas amolecem. Até mesmo as palavras perdem os sentidos cotidianos. Nesse cenário subitamente movediço, o projeto engavetado desde a adolescência começa a emergir – precisa se tornar um escritor. A solidão de quem tem o próprio futuro nas mãos é esmagadora. O mundo é traiçoeiro e, como nas savanas africanas, tudo pode mudar a qualquer momento. Intenção e acaso, razão e instinto, equilíbrio e caos – as fronteiras se dissolvem em um agora eterno. Caminhar parece ser a única forma de escapar. O tempo presente é áspero. O frio, aqui fora, pode ser insuportável.

  • Hilda Hilst - A obscena senhora D. (prosa poética)

  • Descrição: O livro. Escrito na particularíssima prosa de Hilda Hilst, onde todos gêneros narrativos se fundem e os recursos estéticos mais variados são usados, A Obscena Senhora D é Hillé, que após a morte do seu amante, se recolhe ao vão da escada, para falar “dessa coisa que não existe, mas é crua e viva, o Tempo.” Obra plena dos temas mais caros à autora — o desamparo, a condição humana, o apodrecimento da carne, a alma conturbada — A Obscena Senhora D é uma procura lúcida e hipnótica das razões da existência, onde tudo pode acontecer, de uma facada pelas costas até um apaixonado beijo de amor. Como a própria Senhora D afirma: “… A vida foi uma aventura obscena, de tão lúcida.”A história do livro. A Obscena Senhora D foi lançado em 1982. Em 1997, a obra foi publicada na França, pela Ed. Gallimard, com tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Ao lado de Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, a publicação de A Obscena Senhora D pela Editora Globo marca o início do relançamento de toda obra de Hilda Hilst, incluindo 31 títulos, entre prosa e poesia. O que se diz. Por amar a condição humana, Hilda escreve”, afirmou o escritor Caio Fernando Abreu, já falecido, e acrescentou, em relação à leitura de A Obscena Senhora D: “Ninguém sairá ileso.” Para Leo Gilson Ribeiro, importante crítico literário, que considera a autora o maior escritor vivo em língua portuguesa, “O espanto diante da criação de Hilda Hilst crescerá à medida que as gerações futuras consigam apreender a grandeza imune ao efêmero desta vivência escrita.”

  • Horácio Costa

  • João Anzanello Carrascoza 

  • Joel Rufino dos Santos

  • Julián Fuks - A resistência (romance)

  • Descrição: com rara lucidez e sensibilidade tocou em temas como adoção, família, exílio, engajamento, memória pessoal e história nacional. Que o romance e seu autor foram voz marcante numa época turbulenta da política no Brasil.

  • Leonardo Aldrovandi 

  • Luis Fernando Verissimo - Comédias da vida privada (crônicas)

  • Em Comédias da Vida Privada veremos concentrado um dos terrenos em que Luis Fernando Verissimo se movimenta com mais destreza e maestria. O território imenso, opaco, denso e impreciso da classe média. Seus heróis anônimos, os grandes e os pequenos gestos, a complicada engenharia familiar, as fidelidades, as infidelidades, as mesas de bar, as angústias, o trágico e o cômico combinados na estranha sinfonia do cotidiano, casais, salas de jantar onde são decididos destinos com a televisão ligada, vizinhos barulhentos, Copacabana, enfim, ambientes onde transitam a esmagadora maioria dos habitantes do país, Um universo ao mesmo tempo rico e banal onde Luis Fernando Verissimo inspirou-se para produzir algumas obras-primas.

  • Luis S. Krausz

  • Luiz Ruffato - Flores artificiais (romance)

  • Descrição: Flores artificiais – O escritor Luiz Ruffato recebe em sua casa a correspondência de um desconhecido. Trata-se de um manuscrito, uma compilação de memórias que Dório Finetto, funcionário graduado do Banco Mundial, redigiu a partir de suas muitas viagens de trabalho. Como consultor de projetos na área de infraestrutura, Finetto percorreu meio mundo numa sucessão de simpósios, reuniões e congressos. A mente de engenheiro, no entanto, esconde um observador arguto e sensível, uma dessas pessoas capazes de se misturar com naturalidade num grupo de desconhecidos. De Beirute a Havana, passando por Hamburgo, Timor Leste, Buenos Aires e incontáveis lugares mundo afora, Finetto colecionou grandes histórias e pequenos acontecimentos. Foi tão capaz de se misturar à vida local quanto de saber a hora exata em que o prudente é tomar distância e não se envolver. Por alguns momentos, fez parte da vida dessas pessoas. Em outros, foi protagonista involuntário do drama alheio. Às vezes, assistiu a essas realidades quase como de um periscópio. Foi a partir dessas observações que Finetto compôs seu Viagens à terra alheia, o manuscrito que mandou ao conterrâneo Luiz Ruffato. E é este livro dentro do livro que Ruffato irá transformar no romance Flores artificiais. Partindo de um esqueleto ficcional, Ruffato – o autor, e não o personagem do próprio livro – irá embaralhar as fronteiras entre ficção e realidade, sem jamais perder de vista a força literária que é a grande marca de sua obra.

  • Luiz Vilela

  • Manoel de Barros - O guardador de águas (em: Meu quintal é maior que o mundo, poemas)

  • Descrição:  Manoel de Barros é um dos poetas mais originais de nosso tempo. Sua obra inaugura um estilo único, que transforma a natureza, os objetos e a própria condição humana em expressões poéticas carregadas de significado e emoção. Esta antologia inédita reúne poemas de todas as fases do escritor, oferecendo um panorama abrangente de sua produção literária. Em mais de setenta anos de ofício, Manoel redesenhou os limites da linguagem e seus sentidos. Meu quintal é maior do que o mundo recolhe poemas publicados por Manoel de Barros ao longo de mais de setenta anos. Recortar a obra desse poeta não é tarefa fácil, já que ela assume muitas formas, e se move como as águas do Pantanal. O problema desta e de qualquer seleção ou recorte da obra de Manoel de Barros, é, então, este: não se pode cercar a água. Nem com arame farpado Embora fosse um erudito, Manoel de Barros preferia ocultar-se atrás de diversas máscaras, inclusive a da ignorãça, como ele grafava, à antiga. Numa de suas entrevistas, ele assim se define: “O poeta não é obrigatoriamente um intelectual; mas é necessariamente um sensual.” É esse sensualismo poético que lhe dá a feição genuína, e lhe permite, como ele ainda define, “encostar o Verbo na natureza”. Talvez nenhum outro poeta tenha tido uma relação tão intensa com ela. Por isso mesmo, a obra de Manoel de Barros foi escrita para o futuro. Meu quintal é maior do que o mundo revela a força, a vitalidade e o alcance universal da obra deste poeta inimitável.

  • Manoel Herzog - A jaca do cemitério é mais doce (romance)

  • Descrição: transitando entre presente, passado e futuro, personagens insólitos, passagens cômicas e jaqueiras que crescem nos lugares menos esperados, Manoel Herzog cria um romance inesquecível. Santiago, filho único, cresceu na periferia do mundo. Sofreu na adolescência, nunca conseguiu se encaixar. Odiava a discoteca, a música dos Bee Gees. Finalmente, aos 21, entendeu que as mulheres não consideram um homem que não dance. Matriculou-se no curso de dança de salão e aprendeu que o homem, uma vez na pista, se move apenas da cintura para baixo. Entre suas saídas e seu trabalho massacrante na indústria, ele se apaixona por Natércia, que estudara com ele no colégio. Ela nunca lhe dera atenção, mas agora, vendo-o conhecedor dos segredos do samba de gafieira, deixa que Santiago se aproxime. A relação dos dois, apaixonada no início, doentia no final, é o fio condutor deste romance brilhante, cômico e incomum. A voz de Manoel Herzog remete a clássicos da literatura brasileira, e parte em busca de transformação na forma de contar uma história.

  • Marco Lucchesi - O bibliotecário do imperador

  • Descrição: Lucchesi volta ao mesmo século XIX de O dom do crime, romance em que dialogava com a obra de Machado de Assis. Agora, seu personagem é Ignácio Augusto Cesar Raposo, bibliotecário de dom Pedro II. Este homem real, que foi testemunha dos bastidores do Palácio de Petrópolis e da Corte no Rio de Janeiro, é usado pelo autor como um fio-condutor, para que ele apresente as alterações no tabuleiro de poder e na vida cotidiana do Rio de Janeiro a partir da Proclamação da República. O bibliotecário do imperador não é, no entanto, um romance histórico típico. A narrativa muito ágil e cheia de referências montada por Lucchesi funciona como um jogo, em que personagens reais, como Ignácio e Pedro II, se misturam a figuras fictícias, como o barão de Jurujuba. O leitor é convidado a percorrer um fluxo de muitas vozes, no qual é tão difícil quanto fascinante discernir o que é dado real e o que é ficção.

  • Marcos Siscar

  • Marcus Vinicius Quiroga

  • Maria Valéria Rezende - Quarenta dias

  • Descrição: “Quarenta dias no deserto, quarenta anos.” É o que diz (ou escreve) Alice, a narradora de Quarenta dias, romance magistral de Maria Valéria Rezende, ao anotar num caderno escolar pautado, com a imagem da boneca Barbie na capa, seu mergulho gradual em dias de desespero, perdida numa periferia empobrecida que ela não conhece, à procura de um rapaz que ela não sabe ao certo se existe.Alice é uma professora aposentada, que mantinha uma vida pacata em João Pessoa até ser obrigada pela filha a deixar tudo para trás e se mudar a Porto Alegre. Mas uma reviravolta familiar a deixa abandonada à própria sorte, numa cidade que lhe é estranha, e impossibilitada de voltar ao antigo lar. Ao saber que Cícero Araújo, filho de uma conhecida da Paraíba, desapareceu em algum lugar dali, ela se lança numa busca frenética, que a levará às raias da insanidade.

  • Marília Arnaud

  • Mel Adún

  • Michel Laub, O Diário da Queda ou A Maçã Envenenada

  • Descrição de Diário da Queda: Um garoto de treze anos se machuca numa festa de aniversário. Quando adulto, um de seus colegas narra o episódio. A partir das motivações do que se revela mais que um acidente, cujas consequências se projetam em diversos fatos de sua vida nas décadas seguintes – a adolescência conturbada, uma mudança de cidade, um casamento em crise -, ele constrói uma reflexão corajosa sobre identidade, afeto e perda.Dessa reflexão fazem parte também as trajetórias de seu pai, com quem o protagonista tem uma relação difícil, e de seu avô, sobrevivente de Auschwitz que passou anos escrevendo um diário secreto e bizarro. São três gerações, cuja história parece ser uma só; são lembranças que se juntam de maneira fragmentada, como numa lista em que os fatos carregam em si tanto inocência quanto brutalidade.
    Numa prosa que oscila entre violência, lirismo e ironia, com pausas para uma neutralidade quase documental na descrição de cheiros, gostos, sons, fatos e sentimentos, Diário da queda é uma viagem inusitada pela memória de um homem no momento em que ele precisa fazer a escolha que mudará sua vida.

  • Descrição de A Maçã Envenenada: Em 1993, o grupo norte-americano Nirvana fez uma única e célebre apresentação no estádio do Morumbi, em São Paulo. Um estudante de dezoito anos, guitarrista de uma banda de rock e cumprindo o serviço militar em Porto Alegre, precisa decidir se foge do quartel – o que o levaria à prisão – para assistir ao show ao lado da primeira namorada. A escolha ganha ressonâncias inesperadas à luz de fatos das décadas seguintes. Um deles é o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana, que chocou o mundo em 1994. Outro é o genocídio de Ruanda, iniciado quase ao mesmo tempo e aqui visto sob o ponto de vista de uma garota, Immaculée Ilibagiza, que escapou da morte ao passar 90 dias escondida num banheiro com outras seis mulheres. Focado nos anos 1990, A maçã envenenada é o segundo volume da trilogia sobre os efeitos individuais de catástrofes históricas iniciada com Diário da queda, cuja ação central se dá nos anos 1980. Como no volume anterior, Michel Laub aborda o tema da sobrevivência usando os recursos da ficção, do ensaio e da narrativa memorialística, numa linguagem que alterna secura e lirismo, ironia e emoção no limite do confessional. No sutil entrelaçamento de seus temas, que evocam as particularidades de universos tão opostos quanto o mundo da música e um quartel, este é um livro sobre paixão: por uma pessoa, por um ídolo, por uma ideia, por uma época. E também pela vida, embora esta sempre cobre um preço de quem escolhe – quando se trata de uma escolha – experimentá-la com intensidade.

  • Milton Hatoum, Relato de um certo Oriente

  • Descrição: Após um longo período de ausência, uma mulher regressa a Manaus, cidade de sua infância. Deseja encontrar Emilie, a extraordinária matriarca de uma família libanesa há muito radicada ali. Encontra a casa desfeita – como desfeitas para sempre estão as casas da infância. Situado entre o Oriente e o Amazonas, este relato é a busca de um mundo perdido, que se reconstrói nas falas alternadas das personagens, longínquos ecos da tradição oral dos narradores orientais.Com o sopro das obras que vieram para ficar, Relato de um certo Oriente apresenta ao público o talento de um escritor, a força de seu texto envolvente e, sobretudo, lírico. Recebeu em 1990 o Prêmio Jabuti de Melhor Romance e já foi publicado em vários países da Europa.

  • Natalia Borges Polesso

  • Nélida Piñon, Livro das Horas

  • Livro das Horas, misto de memória, autobiografia e ensaio, recentemente lançado pela Editora Record. Ali, combina reminiscências pessoais e de amigos próximos, permitindo que o leitor conheça detalhes de sua amizade de quase duas décadas tanto de nomes estelares da literatura brasileira (Clarice Lispector é uma delas) como do ainda pouco conhecido Gravetinho, cachorro que dela recebe muito carinho, no apartamento onde vivem, na Lagoa, no Rio. O título faz referência aos livros de orações da Idade Média, que eram divididos em horas. "É muito significativo, porque a prece é o complemento do que expressa a palavra", comenta. "É uma obra sobre a memória, sim, mas não apenas individual: também coletiva, pois é necessária a presença do outro para existir a reflexão e aqui busco refletir sobre o amor, a morte, a desilusão, sobre o mundo, enfim." Recém-nomeada embaixadora ibero-americana da Cultura (concedido em Cádiz, na Espanha), Nélida relembra, no livro, da delicada amizade de 17 anos que cultivou com Clarice Lispector. Há até um momento confessional, quando Clarice, pouco antes de morrer, revelara a intenção de ser sepultada segundo a tradição cristã. Nélida conta que o desejo não chegou a ser levado aos familiares da escritora, cujo enterro seguiu, então, os preceitos judaicos.

  • Paulo Leminski, Toda Poesia

  • Descrição: Paulo Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre duas enormes onstruções que rivalizavam na década de 1970, quando publicava seus primeiros versos: a poesia concreta, de feição mais erudita e superinformada, e a lírica que florescia entre os jovens de vinte e poucos anos da chamada “geração mimeógrafo”. Ao conciliar a rigidez da construção formal e o mais genuíno coloquialismo, o autor praticou ao longo de sua vida um jogo de gato e rato com leitores e críticos. Se por um lado tinha pleno conhecimento do que se produzira de melhor na poesia – do Ocidente e do Oriente -, por outro parecia comprazer-se em mostrar um “à vontade” que não raro beirava o improviso, dando um nó na cabeça dos mais conservadores. Pura artimanha de um poeta consciente e dotado das melhores ferramentas para escrever versos. Entre sua estreia na poesia, em 1976, e sua morte, em 1989, a poucos meses de completar 45 anos, Leminski iria ocupar uma zona fronteiriça única na poesia contemporânea brasileira, pela qual transitariam, de forma legítima ou como contrabando, o erudito e o pop, o ultraconcentrado e a matéria mais prosaica. Não à toa, um dos títulos mais felizes de sua bibliografia é Caprichos & relaxos: uma fórmula e um programa poético encapsulados com maestria. Este volume percorre, pela primeira vez, a trajetória poética completa do autor curitibano, mestre do verso lapidar e da astúcia. Livros hoje clássicos como Distraídos venceremos e La vie en close, além de raridades como Quarenta clics em Curitiba e versos já fora de catálogo estão agora novamente à disposição dos leitores, com inédito apuro editorial. O haikai, a poesia concreta, o poema-piada oswaldiano, o slogan e a canção – nada parece ter escapado ao “samurai malandro”, que demonstra, com beleza e vigor, por que tem sido um dos poetas brasileiros mais lidos e celebrados das últimas décadas. Com apresentação da poeta (e sua companheira por duas décadas) Alice Ruiz S, posfácio do crítico e compositor José Miguel Wisnik, e um apêndice que reúne textos de, entre outros, Caetano Veloso, Haroldo de Campos e Leyla Perrone-Moisés, Toda poesia é uma verdadeira aventura – para a inteligência e a sensibilidade.

  • Paulo Lins, Cidade de Deus

  • Cidade de Deus – Neste seu romance de estréia, Paulo Lins faz um painel das transformações sociais pelas quais passou o conjunto habitacional Cidade de Deus: da pequena criminalidade dos anos 60 à situação de violência generalizada e de domínio do tráfico de drogas dos anos 90. Para redefinir a situação do lugar onde cresceu, Lins usa o termo “neofavela”, em oposição à favela antiga, aquela das rodas de samba e da malandragem romântica. O livro se baseia em fatos reais. Grande parte do material utilizado para escrevê-lo foi coletado durante os oito anos (entre 1986 e 1993) em que o autor trabalhou como assessor de pesquisas antropológicas sobre a criminalidade e as classes populares do Rio de Janeiro. Cidade de Deus foi saudado como uma das maiores obras da literatura brasileira contemporânea. Um dos principais críticos do país, Roberto Schwarz observou a capacidade do autor de transpor para a literatura uma situação social deteriorada, aliando em sua narrativa a agilidade da ação cinematográfica e o lirismo da poesia. Segundo Schwarz, “o interesse explosivo do assunto, o tamanho da empresa, a sua dificuldade, o ponto de vista interno e diferente, tudo contribuiu para a aventura artística fora do comum”.

  • Raduan Nassar, Lavoura Arcaica (In: Obra Completa)

  • Descrição: Lavoura Arcaica, obra de Raduan Nassar, traz uma narrativa pesada, cheia de confusões; protestos; abstenções; amor de irmão com irmã deixando a narrativa ostensiva e cansativa. André se vê diferente de todos que cheio de pressões resolve fugir de casa, fato que remonta bem à narrativa bíblica do filho pródigo. É um texto onde se entrelaçam o novelesco e o lírico, através de um narrador em primeira pessoa. André, o filho encarregado de revelar o avesso de sua própria imagem e, conseqüentemente, o avesso da imagem da família. Lavoura Arcaica é sobretudo uma aventura com a linguagem.

  • Roberto Piva

  • Ronaldo Cagiano

  • Ronaldo Correia de Brito - Estive Lá Fora

  • Descrição: Do alto da ponte da Madalena, no Recife, Cirilo observa as águas lamacentas do Capibaribe. Está pronto para pular; é a segunda vez em quatro que vai até lá e, parado na borda, observa os caranguejos das margens. No entanto, algo o faz mudar de ideia. Ao perambular pelas ruas dilapidadas do centro, o leitor passa aos poucos a conhecê-lo. Cenário de pleno regime militar, no final dos anos 1960, Recife é uma cidade violenta. Cirilo está prestes a terminar o curso de medicina, mas a opressão que sofre de colegas e professores não mudou em todos esses anos. Escreve à mãe cartas angustiadas, e seus relacionamentos na cidade são instáveis. Geraldo, o irmão mais velho, é um líder estudantil cheio de certezas e ideais; está desaparecido, e o pai, que acompanha sua trajetória à distância, recolhido na fazenda da família, espera o pior. Cirilo deve encontrar o irmão; quer vê-lo, mas teme não ser compreendido quando se defrontarem. Ao narrar sua história, Ronaldo Correia de Brito retoma o fio de memória de Galileia para compor um romance inovador, tanto no aspecto estilístico quanto no temporal. Apesar da tragédia que marca a vida dos personagens principais, Correia de Brito frisa que o novo romance não é um livro sobre o golpe militar, mas principalmente sobre a relação entre familiares diante da insegurança, do medo e da incerteza diante do futuro.

  • Salgado Maranhão

  • Sebastião Uchoa Leite, Antilogia (In: Obra em Dobras), poemas

  • Descrição: Antilogia revela um diálogo tenso – entre amigável e conflituoso – com a dicção dos marginais. Um livro que mantém o rigor formal na linha vanguardista dos anos 1950 e incorpora o humor e o coloquialismo dos marginais.

  • Sheyla Smanioto

  • Tatiana Salem Levy

  • Verona Stigger

  • Wesley Peres

  • Zuca Sardan

Obras de alguns autores estrangeiros e brasileiros mundialmente reconhecidos​, sugeridas para suas leituras extras

1. A metamorfose (Franz Kafka)

2. Eu sou Malala (Malala Yousafzai)

3. É isto um homem (Primo Levi)

4. Paisagens da memória: autobiografia de uma sobrevivente do holocausto (Ruth Klüger)

5. Admirável mundo novo (Aldous Huxley)

6. A Rosa do Povo (Carlos Drummond de Andrade) 

​6. Libertinagem (Manuel Bandeira) - poemas Não Sei Dançar, Camelôs, Pneumotórax, Poética, Teresa, Noturno da Rua da Lapa, O Último Poema.

8. Conversa de bois (João Guimarães Rosa), disponível no livro Sagarana

Descrição: no conto, os bois conversam sobre a vida e a humanidade.

9. O Marinheiro (Fernando Pessoa)

Descrição: Na peça, ambientada sem referência de época, três donzelas, velam o cadáver de uma quarta, no interior de uma torre. Presas à realidade, têm como fuga para a liberdade o sonho e a própria morte. A aproximação do dia traz uma vontade desesperadora de "acordar" e ver que tudo não passou de um sonho.

10. O Alienista (Machado de Assis)

Descrição: A narrativa começa com a volta do Dr. Simão Bacamarte à sua terra natal, Itaguaí. Ele tem por objetivo dedicar-se inteiramente à ciência, passando a estudar a loucura humana. Torna-se obcecado pelo tema e funda seu próprio manicômio, a Casa Verde.

11. A Hora da Estrela (Clarice Lispector)

Descrição: trata-se da história da nordestina Macabéa, contada pelo escritor Rodrigo S.M., permitindo aos leitores acompanharem o seu processo de criação. O autor faz o relato da vida triste e sem perspectiva da alagoana. Para a cartomante, a quem Macabéa procura em busca de um sopro de esperança, seus dias derradeiros deveriam ser coroados com o casamento com um estrangeiro rico. Mas não é o que acontece.

12. O Estrangeiro (Albert Camus) 

Descrição: trata-se da narrativa das desventuras de Meursault, condenado à morte por matar um árabe a troco de nada, é também a narrativa das desventuras de um homem do século XX. Mersault leva uma vida banal; recebe, indiferentemente, a notícia da morte da mãe; comete o crime; é preso; julgado; tudo gratuito, sem sentido, apenas mais um homem arrastado pela correnteza da vida e da História.

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