top of page

Arcadismo, Neoclassicismo ou Setentismo (século XVIII)

 

Clique aqui para ler e baixar gratuitamente livros de escritores árcades

 

Foi assim batizado em razão da esfera rural do Peloponeso, a Arcádia, localizada na antiga Grécia. Sua concepção mais importante é a celebração da vida natural e de tudo que a ela se conecta. Daí vários dos poetas desta escola terem assumido nomes de pastores greco-romanos. Os árcades também adotaram padrões rítmicos mais joviais. De modo geral eles traduzem em suas obras a censura dos burgueses aos desmandos dos nobres e do clero, exercitados amplamente no contexto do Antigo Regime. Os escritores do Arcadismo assumem o ideal burguês da época e, por esta razão, veneram o mito do homem natural em contraposição ao indivíduo pervertido pela vida social, como é concebido por Jean-Jacques Rousseau na imagem do ‘bom selvagem’, hoje considerado uma falácia.

 

 

* Revolução Industrial​

* Iluminismo

* Oposição ao Barroco

* Simplicidade: Inutilia Truncat (cortar o inútil, o ornamental)

* Mimesis 

 

Petrarca: "L'amante nel amato se transforma"

Camões: "Transforma-se o amador na cousa amada/ Por virtude do muito imaginar"

Cláudio Manuel da Costa: "Faz a imaginação de um bem amado/ Que nele se transforme o peito amante."

 

* Carpe Diem

* Fugere Urbem

* Locus Amoenus: bucolismo, pastoralismo

* Aurea Mediocritas (o equilíbrio vale ouro)

 

Racionalismo (1756 – Arcádia Lusitana: artistas debatendo arte).

Retomada clássica: racionalismo, equilíbrio, harmonia na composição e na vida, arte ética (bem/belo), virtude civil – instrução, felicidade na terra pelo Bem e pelo Saber. Carpe diem, natureza, fuga da cidade, ambiente pastoril. Identidade está na natureza: os poetas criam pseudônimos inspirados em supostos nomes de pastores antigos. Contra a Contrarreforma, contra o barroco, contra excessos, linguagem mais simples e direta. Usam o verso branco (sem rima).

Escrita da enciclopédia: crença no poder da ciência – Diderot, Rousseau, Voltaire, Montesquieu.

Caráter político: contra privilégios da nobreza, liberdade/igualdade: culmina com a Revolução Francesa de 1789.

Homem antes da civilização (considerado hoje um sofisma de Rousseau).

Rousseau: o bom selvagem (homem não contaminado pela ambição)

Portugal: Marquês de Pombal, primeiro ministro de D. José I (1750-1777). Déspota esclarecido. Projeto de laicização do ensino: religião levara à decadência no ensino, expulsou os jesuítas do território Portugal.

 

 

PORTUGAL (1756-1825)

 

*BOCAGE (Elmano Sadino)

 

Poesia lírica: "Idílios Marítimos" (Arcadismo). Várias musas: Marília, Anarda, Urselina, Gertrúria etc; Mitologia; "locus amoenus".

 

Olha, Marília, as flautas dos pastores

Que bem que soam, como estão cadentes!

Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes

Os Zéfiros brincar por entre flores?

 

Vê como ali, beijando-se, os Amores

Incitam nossos ósculos ardentes!

Ei-las de planta em planta as inocentes

As vagas borboletas de mil cores!

 

Naquele arbusto o rouxinol suspira;

Ora nas folhas a abelhinha pára.

Ora nos ares sussurrando, gira.

 

Que alegre campo! Que manhã tão clara!

Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,

Mais tristeza que a morte me causara.

 

A flauta faz alusão a Pan, deus que chefiava os pastores que se dedicavam ao pastoreio e à poesia na Arcádia, região mitológica da Grécia. É daí que se origina o nome Arcadismo. A flauta está presente, como que para harmonizar o ambiente.Era típico dos árcades e neoclacissistas, usarem em suas composições poéticas, nome fictício para aquelas por quem se enamoravam.

 

Poesia lírica: "Rimas" (Pré-Romantismo). Pessimismo, morte, autopiedade, religiosidade cristâ, "locus horrendus".

 

Incultas produções da mocidade

Exponho a vossos olhos, ó leitores;

Vede-as com mágoa, vede-as com piedade;

Que elas buscam piedade, e não louvores;

 

Ponderai da Fortuna a variedade

Nos meus suspiros, lágrimas e amores;

Notai dos males seus a imensidade,

A curta duração dos seus favores; 

 

E se entre versos mil de sentimento

Encontrardes alguns, cuja aparência

Indique festival contentamento,

 

Crede, ó mortais, que foram com violência

Escritos pela mão do Fingimento,

Cantados pela voz da Dependência

 

Poesia satírica: ironia ao clero e à nobreza. Tom obsceno, erótico. Linguagem pesada, chula. 

 

Trecho do "Soneto do pau decifrado"

 

É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,

Bem que duas gamboas lhe lobrigo;

Dá leite, sem ser árvore de figo,

Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro:

 

Verga, e não quebra, como zambujeiro;

Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;

Brando às vezes, qual vime, está consigo;

Outras vezes mais rijo que um pinheiro:

 

 

BRASIL (1768 - 1836)

 

* MINERAÇÃO

* Minas Gerais

 

No Brasil, o Iluminismo encontra o nativismo: Vila Rica (centro econômico da colônia, mineração – a inconfidência mineira foi resultado do Iluminismo europeu – tentativa de libertar o brasil colonial de portugal).

Marco árcade: Obras, de Cláudio Manuel da Costa (1768)

 

* Poetas Inconfidentes:

 

1. Claudio Manuel da Costa (musa: Nise).

 

2. Tomás Antônio Gonzaga: Liras de Marília de Dirceu; epicurismo; escritas na prisão, pré-romantismo; "Cartas Chilenas" (de Critilo - Tomás - a Doroteu - Cláudio - sobre o "Fanfarrão Minésio" - governador de Minas Gerais D. Luís da Cunha Meneses).

 

Gonzaga veio para o Brasil com sete anos, passando sua infância na Bahia, onde estudou com os jesuítas. Formou-se em Coimbra e escreveu para a faculdade oTratado de Direito Natural. Exerceu sua magistratura em Portugal (Beja) durante alguns anos e, aos trinta e oito anos, retornou para o Brasil na condição de Ouvidor de Vila Rica, onde, por entrar em desavenças com as autoridades locais, escreve as Cartas Chilenas e também a primeira parte de Marília de Dirceu, poemas inspirados na noiva do poeta Maria Joaquina Dorotéia de Seixas. É preso em 1789, acusado de envolvimento na Inconfidência Mineira. No cárcere, na Ilha das Cobras, escreve a segunda parte de Marília de Dirceu. Julgado, é mandado para Moçambique, onde reconstrói sua vida e morre.

 

Obra:

1. Jurídica: Tratado de Direito Natural;

2. Satírica: Cartas Chilenas;

3. Lírica: liras de Marília de Dirceu.

 

Marília de Dirceu é uma história de cunho autobiográfico, uma vez que faz referência à paixão vivida por Tomás Antônio Gonzaga por Maria Joaquina Dorotéia Seixas. Na época, ele com 40 anos e ela com 17, o relacionamento foi completamente desaprovado pela família dela, fato que serviu de inspiração para a obra. A história, escrita em forma de poesia, é dividida em três partes, sendo que foram escritas em diferentes momentos da vida do autor: antes, durante e depois do seu envolvimento com a Inconfiência Mineira, o qual lhe rendeu um período de prisão. Os anos exatos de publicação foram 1792, 1799 e 1812.

 

Na primeira parte encontramos muitas características do Arcadismo, como a exaltação ao bucolismo, a vida em harmonia com a natureza, a racionalidade, e a expectativa por um casamento. Nas duas outras partes o tom é de tristeza, lamento e devaneios misturados a lembranças do passado. Isso se dá por conta do tempo vivido no cárcere que influencia radicalmente na história.

 

Apesar de algumas características do pré-romantismo e dos avanços no estilo de escrita, a obra é situada no Arcadismo, conservando a distância entre o “eu” e a palavra, e tendo em seus versos presente forte racionalismo. O estilo de Tomás Antonio Gonzaga é simples, com versos claros e diretos, sem o uso de alegorias como se observava nos autores anteriores a ele, e ganha méritos de alguns críticos por não possuir a tão falada superficialidade árcade.Sua poesia é dotada de vivências pessoais, de vivacidade e de pensamentos mais humanos e menos superficiais. Caracterizou-se também pelo culto à natureza, pelo emprego de ritmos graciosos em sua poesia e pelo retorno a algumas tradições do Classicismo. Pode ser considerado o mais versátil dos poetas do Arcadismo.

 

Cartas Chilenas: Poema satírico, contemporâneo da primeira parte das Liras, constitui-se de 13 cartas, das quais a 7ª e a 13ª nos chegaram fragmentadas. Escritas no intuito de satirizar o desafeto político de Gonzaga, o Governador Luís da Cunha Menezes, as Cartas, de anônima autoria, são assinadas por “Critilo” e direcionadas a um amigo chamado “Doroteu”. Os nomes das pessoas e lugares aparecem quase sempre deformados: Espanha, Madrid, Salamanca, Chile e Santiago representam Portugal, Lisboa, Coimbra, Minas e Vila Rica; o governador Menezes aparece sob o disfarce de “Fanfarrão Minésio”.

 

Poema de tom jocoso, as Cartas de Gonzaga versam sobre a prepotência, falta de decoro e desrespeito às leis por parte do governador. O crítico Alfredo Bosi pontua que as “cousas raras” referidas por “Critilo” (fragmento acima) “dão pretexto para descrever o mundo às avessas, O Chile (isto é, Minas) à mercê de Fanfarrão Minésio”. Porém, nas críticas contidas nas Cartas não consta nenhuma contraposição ao sistema colonial, nem mesmo revoltas contra o colonizador, o se critica é apenas a má administração do governador. Daí Bosi ter definido como ideologia de Gonzaga o despotismo esclarecido e a mentalidade colonial.

 

Nos versos satíricos do magistrado há uma retomada do realismo (neste caso com tons caricatos) da vida doméstica, familiar, que fluem em versos decassílabos, brancos e soltos. Por ser uma obra de denúncia, mas que se restringe apenas à acusação de pessoas, é considerada obra de circunstância. Contudo, as Cartas Chilenas é a obra satírica mais importante do século XVIII.

 

 

Pré- Romantismo:

 

* Basílio da Gama (Termindo Sipílo):

 

O URAGUAI

Contexto: Tratado de Madri (1750): Sete Povos das Missões (RS)  Espanha ---> Portugal

General Gomes Freire de Andrade

Jesuíta Balda; Cacambo (guerreiro); Lindoia.

Episódio principal: "morte de Lindoia".

Crítica aos jesuítas

Versos brancos decassílabos.

 

 

* Frei José de Santa Rita Durão 

 

CARAMURU

1510: naufrágio de Diogo Álvares Correia;

Paraguaçu;

Moema;

Episódio principal: "morte de Moema".

Versos decassílabos em oitava-rima. 

© 2014 por Lígia Winter. 

  • Facebook Classic
  • Twitter Classic
  • Google Classic
  • RSS Classic
bottom of page