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Proposição

 

As armas e os barões assinalados1

Que, da ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca dantes navegados

Passaram ainda além da Taprobana2,

Em perigos e guerras esforçados

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino3, que tanto sublimaram;

 

E também as memórias gloriosas

Daqueles Reis que foram dilatando

A Fé, o Império, e as terras viciosas4

De África e de Ásia andaram devastando,

E aqueles que por obras valerosas

Se vão da lei da Morte5 libertando;

Cantando espalharei por toda a parte,

Se a tanto me ajudar o engenho6 e arte7.

 

Cessem do sábio Grego8 e do Troiano9

As navegações grandes que fizeram;

Cale-se de Alexandro10 e de Trajano11

A fama das vitórias que tiveram;

Que eu canto o peito ilustre lusitano12,

A quem Neptuno e Marte13 obedeceram.

Cesse tudo o que a Musa antiga14 canta,

Que outro valor mais alto se alevanta.

 

1 A expressão inicial pode ser entendida como ―Os feitos e os homens ilustres‖. É um decalque do 1º verso da Eneida: Arma virumque cano.

2 Taprobana – nome clássico da ilha de Ceilão, ao sul da Índia.

3 Novo Reino – império português no Oriente.  

4 terras viciosas – terras não cristãs.

5 lei da Morte – esquecimento.

6 engenho – talento.

7 arte – eloquência, a arte de dizer.

8 sábio Grego – Ulisses, herói da Odisseia. Ao voltar a casa, depois da guerra de Tróia, navegou durante dez anos pelo mar Mediterrâneo.

9 Troiano – Eneias, herói da Eneida. Camões chama-lhe troiano porque era filho do rei de Tróia, Príamo. Após a destruição de Tróia, navegou com os companheiros pelo Mediterrâneo, procurando um lugar para fundar uma nova cidade (Roma).

10 Alexandro – Alexandre Magno, cujo império ia da Grécia às proximidades do rio Indo.

11 Trajano – imperador romano, conhecido pelas suas campanhas militares.

12 peito ilustre Lusitano – povo português.

13 Neptuno e Marte – Respectivamente, deus do mar e da guerra, para os romanos.

14 Musa antiga – poesia antiga.

Na Proposição o poeta expõe o assunto do seu poema e explica o que se propõe fazer.O sujeito (Camões) vai espalhar (acção) por toda a parte (por onde), cantando (como), os feitos dos Homens ilustres (o quê), as memórias dos reis e todos aqueles que se imortalizaram, devido aos seus feitos nunca vão cair no esquecimento. O poeta faz também um pedido para que se pare de falar dos Gregos e das navegações de outros povos, pois irá falar de um povo “mais alto”. Nestas estrofes destaca-se ainda, um herói coletivo – Os Portugueses.

Invocação

 

E vós, Tágides1 minhas, pois criado

Tendes em mi um novo engenho ardente,

Se sempre, em verso humilde, celebrado

Foi de mi vosso rio alegremente,

Dai-me agora um som alto e sublimado,

Um estilo grandíloco e corrente,

Por que de vossas águas Febo2 ordene

Que não tenham enveja às de Hipocrene3.

 

Dai-me uma fúria4 grande e sonorosa,

E não de agreste avena ou frauta ruda5,

Mas de tuba6 canora e belicosa,

Que o peito acende e a cor ao gesto7 muda.

Dai-me igual canto aos feitos da famosa

Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;

Que se espalhe e se cante no Universo,

Se tão sublime preço cabe em verso.

 

1 Tágides – ninfas do Tejo.

2 Febo – Apolo, deus do Sol e da poesia.

3 Hipocrene – fonte da Grécia; segundo a lenda, as suas águas tinham o dom de inspirar os poetas.

4 fúria – inspiração.

5 agreste avena e frauta ruda – flauta pastoril.

6 tuba – trombeta guerreira.

7 gesto – rosto.

 

 

Na Invocação, o narrador pede ajuda a algo que inventou (as ninfas - tágides do Tejo). Este pede para que tenha um tom digno do povo e dos feitos de que vai falar.Nestas estrofes, o autor refere ainda as características da epopeia: “elevada, solene, grandiosa, fluente, de grande inspiração” e faz ainda distinção entre poesia épica e poesia lírica, quando se refere á tuba e á flauta, visto que a tuba tem um som mais grave e a flauta um som mais suave e digno deste povo. 

DEDICATÓRIA

 

E vós, ó bem nascida segurança

Da Lusitana antiga liberdade,

E não menos certíssima esperança

De aumento da pequena Cristandade,

Vós, ó novo temor da Maura lança,

Maravilha fatal da nossa idade,

Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,

Pera do mundo a Deus dar parte grande.

 

Vós, tenro e novo ramo florecente,

De hua árvore, de Cristo mais amada

Que nenhua nascida no Ocidente,

Cesária ou Cristianíssima chamada,

Vede-o no vosso escudo, que presente

Vos amostra a vitória já passada,

Na qual vos deu por armas e deixou

As que Ele pera Si na Cruz tomou;

 

Vós, poderoso Rei, cujo alto Império

O Sol, logo em nascendo, vê primeiro;

Vê-o também no meio do Hemisfério,

E, quando desce, o deixa derradeiro;

Vós, que esperamos jugo e vitupério

Do tope Ismaelita cavaleiro,

Do Turco Oriental e do Gentio

Que inda bebe o licor do santo Rio (...)

 

 

Na Dedicatória o narrador elogia o rei, mostrando-lhe o quão grande é o seu império, desde o Oriente até ao Ocidente. Diz-lhe ainda que através dos Lusíadas vai conhecer o povo português.Camões faz ainda um pedido, para que o rei olhe um pouco para ele que é tão pequeno.

 

Metáfora: “E vós”A D. Sebastião

- “Maravilha Fatal da Nossa Idade”: Elogio a D. Sebastião

 

A importância que representa a figura de D. Sebastião para Luís de Camões está bem patente na Dedicatória, logo no início de Os Lusíadas. D. Sebastião é o garante da «Lusitana antiga liberdade», baluarte dos bons valores nacionais, monarca poderoso, predestinado por Deus e, acima de tudo, o líder da reconquista das terras que os Mouros haviam roubado. Ao dedicar a D. Sebastião Os Lusíadas, Luís de Camões está a frisar a importância da figura de D. Sebastião na identificação de Portugal enquanto pátria com uma história gloriosa, mas, por vezes, não muito abonatória. Gloriosa, porque sendo Portugal um País pequeno, foi pioneiro num período fundamental para a Humanidade, como foi o do alvorecer do Renascimento, ajudando a romper com a Idade Média. Mas não esqueceu o lado negativo, a degradação dos costumes, a ganância provocada pelo tesouro colonial e a exploração dos povos colonizados, fenómenos que constituíram parte das causas da concepção de desconcerto do Mundo de Camões.

Os Lusíadas tem cinco partes, como a tradição clássica impõe a uma epopéia:

 

1 - Proposição - É a apresentação do poema, a síntese do assunto. Ocupa as três primeiras estrofes. Evidencia algumas características fundamentais da obra: o caráter coletivo do herói, a valorização do homem (antropocentrismo), a sobrevivência do "ideal cruzada", a valorização da Antigüidade clássica, o nacionalismo (ufanismo), sintaxe rica e complexa.

 

2 - Invocação das Tágides - É o pedido de inspiração às musas. Camões elege como suas inspiradoras as Tágides, ninfas do rio Tejo, "nacionalizando" suas musas.

 

3 - Dedicatória ao Rei D. Sebastião - É como menino ainda, como dádiva de Deus, que Camões apresenta D. Sebastião na dedicatória. O jovem rei assumiu o trono aos 14 anos, em 1568, e como a redação do poema consumiu mais de 12 anos, Camões não deixa de observar que ele é "novo no ofício" e disso abusam seus conselheiros. O fato do jovem rei ser exaltado como símbolo e esperança da pátria, não impede de o poeta critique as intrigas palacianas e a ambição de mando e de riqueza dos jesuítas e seus aliados.

 

4 - Narração - A narração de Os Lusíadas compreende três ações principais: a viagem de Vasco da Gama às Índias, a narrativa da história de Portugal e as lutas e intervenções dos deuses do Olimpo. São, portanto, duas ações históricas e uma ação mitológica que se alternam e se interpenetram no poema.

 

A narrativa começa já no meio da aventura do herói, quando Vasco da Gama e os navegadores estão em pleno Oceano Índico, na costa leste da África, próximo ao Canal de Moçambique. A narrativa histórica termina com a partida de Calicute. Camões não narra o regresso a Lisboa.

 

Os acontecimentos anteriores são relatados por discursos dos protagonistas humanos (Vasco da Gama e seu irmão Paulo da Gama), e os acontecimentos futuros são anunciados por deuses ou outras personagens com o dom da profecia. Nessa profusão de episódios históricos, mitológicos, proféticos, simbólicos, líricos, guerreiros e romanescos, Camões entremeia descrições de fenômenos naturais (a tromba marítima, o fogo-de-anselmo etc) e freqüentes dissertações poéticas sobre a moral, sobre a desconsideração de seus contemporâneos pela poesia, sobre o verdadeiro valor da glória, sobre a onipotência do ouro e da riqueza e sobre o destino de Portugal. É uma verdadeira enciclopédia de Portugal e do homem renascentista.

 

5 - Epílogo - Contém as lamentações e críticas do poeta, suas exortações ao Rei D. Sebastião e os vaticínios sobre as futuras glórias portuguesas. São as doze últimas estrofes do poema. Contrastando com o tom vibrante e ufanista do início, o tom agora é de pessimismo, desencanto e de crítica à decadência do país e aos portugueses de seu tempo, esquecidos dos valores nacionais. É uma clara premonição da derrocada de Portugal, submetido em 1580 ao domínio espanhol, e da retratação do Império do Oriente. Há ainda o sentido de desabafo de Camões, que se queixa da incompreensão e das privações pelas quais parece ter passado em seus últimos anos de vida.

CURIOSIDADES SOBRE A ESTRUTURA DO POEMA

 

A estrutura externa refere-se à análise formal do poema: número de estrofes, número de versos por estrofe, número de sílabas métricas, tipos de rimas, ritmo, figuras de estilo, etc. Assim: Os Lusíadas é constituído por dez partes, chamadas de cantos na lírica; Cada canto possui um número variável de estrofes (em média, 110). As estâncias são oitavas, tendo portanto oito versos; a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (AB AB AB CC, ver na citação ao lado). Cada verso é constituído por dez sílabas métricas (decassilábico), na sua maioria heróicas (acentuadas nas sextas e décimas sílabas).

 

Sendo Os Lusíadas um texto renascentista, não poderia deixar de seguir a estética grega que dava particular importância ao número de ouro. Assim, o clímax da narrativa, a chegada à Índia, foi colocada no ponto que divide a obra na proporção áurea (início do Canto VII).A estrutura interna relaciona-se com o conteúdo do texto.

 

Esta obra mostra ser uma epopeia clássica ao dividir-se em quatro partes:· Proposição - introdução, apresentação do assunto e dos heróis (estrofes 1 a 3 do Canto I);· Invocação - o poeta invoca as ninfas do Tejo e pede-lhes a inspiração para escrever (estrofes 4 e 5 do Canto I);· Dedicatória - o poeta dedica a obra ao rei D. Sebastião (estrofes 6 a 18 do Canto I);· Narração - a narrativa da viagem, in medias res, partindo do meio da acção para voltar atrás no tempo e explicar o que aconteceu até ao momento na viagem de Vasco de Gama e na história de Portugal, e depois prosseguir na linha temporal.Por fim, há um epílogo a concluir a obra (estrofes 145 a 156 do Canto X).

 

Os planos temáticos da obra são:· Plano da Viagem - onde se trata da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros;· Plano da História de Portugal - são relatados episódios da história dos portugueses;· Plano do Poeta - Camões refere-se a si mesmo enquanto poeta admirador do povo e dos heróis portugueses;· Plano da Mitologia - são descritas as influências e as intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na acção dos heróis. Ao longo da narração deparam-se-nos vários tipos de episódios: bélicos,mitológicos, históricos, simbólicos, líricos e naturalistas.

 

 

A vida de Luís Vaz de Camões

 

 

Alguns países disputaram sobre onde deveria ter nascido Luis Vaz de Camões, tais como Lisboa, Coimbra e Santarém. Mas o país que provavelmente ele deve ter nascido foi em Lisboa no ano de 1525 e morre em 1580 também em Lisboa. Era um homem ruivo, falava bastante e era bastante querido entre as mulheres de sua época, principalmente a infanta D. Maria, D. Caterina de Ataíde, onde em muitos envolvimentos amorosos que teve causou-lhe algumas contradições, foi “expulso” do lugar onde morava, pois se envolveu amorosamente com D. Caterina de Ataíde que serviu-lhe de inspiração para seus cantos amorosos, essa mulher no qual ele sentia um amor-platônico por ela, tinha o nome imaginário de Natércia. Foi alistado como soldado quando partiu para Ceuta (Marrocos), no ano de 1547 onde em escaramuças com os mouros acabou ficando cego do olho direito. Volta à corte em 1550, cego, mas da mesma maneira que sempre se portava antes, valentão, que se envolvia sempre em conflitos, recebeu dois tipos de apelido de Trinca-Fortes e de Diabo Zarolho. No dia de Corpus Christi, no ano de 1552, teve uma briga com um funcionário do Paço, chamado de Gonçalo Borges, em que levou um golpe de espada e ficou preso numa cadeia chamada de Tronco. No outro ano, refez todo o caminho que Vasco da Gama percorreu o caminho do descobrimento do caminho marítimo para as Índias, que mais tarde se transformará em inspiração para Os Lusíadas.

 

Camões Lírico – As Rimas de Luís de Camões

 

Foram publicados somente quatro poemas líricos de Camões: ode, dois sonetos e uma elegia. O livro "Rimas de Luís de Camões" teve sua primeira edição organizada por Fernão Rodrigues Lobos Soropita e foi publicada em Lisboa em 1595. As edições de Domingos Fernandes, de Faria e Souza, de Antônio Alves, foram dando mais volume para as obras líricas de Camões, através de diversos poemas, onde os textos foram atribuindo as Rimas.

 

A Lírica de Camões está dividida em duas partes principais, vejamos:

 

1. Lírica Tradicional: essa lírica é constituída da medida velha, ou seja, de redondilhos, ela é um modelo da poesia palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, alguns exemplos são: cantigas, vilancetes, trovas, esparsas e motes glosados.

 

2. Lírica Clássica: essa lírica é constituída da medida nova, ou seja, de decassílabos, como por exemplo, odes, sonetos, sextinas, canções, elegias, écloga e oitavas. Camões épico – Os lusíadas

 

Em Lisboa, o poema Os Lusíadas foi editado em 1572 por Antônio Gonçalves sob proteção do Rei D. Sebastião, essa foi a maior epopéia da língua Portuguesa, que passou por uma terrível censura, porém sem que houvesse corte na Primeira edição.

 

Algum tempo depois, por causa do agravamento da Santa Inquisição, vários episódios começaram a ser contrários à Fé e aos seus costumes, principalmente o “Consílio dos Deuses” e a “Ilha dos Amores”. O ano de 1572 datou duas edições da obra Os Lusíadas.

 

 

O RENASCIMENTO EM PORTUGAL

 

Contexto histórico

 

Esse renascimento correspondeu ao período de apogeu da Nação, onde a semelhança do Império inglês correspondente ao século XIX incluía a do Oriente, ou seja, Índia e China, até o Ocidente, ou seja, Brasil, marcando junto a Camões a completa maturação da língua portuguesa. No reinado de D.Manuel, Portugal achou graça de momentânea, com intensa alegria por causa de grandes cometimentos, como:

 

Descoberta do caminho marítimo para as Índias, empreendida por Vasco da Gama, no ano de 1498;

 

• Descobrimento do Brasil, no ano de 1500;

 

• Viagem de Circunavegação, feita por Fernão Magalhães; •

 

Conquista de Goa e de regiões da África, entre os anos de 1507 e 1513. Mosteiro dos Jerônimos, construído para celebrar a viagem de Vasco da Gama. Foi construída em 1502.A escola clássica Renascentista Portuguesa (1527-1580) – A medida Nova.Os autores da Antiguidade Clássica só começaram a ser reconhecidos em Portugal no fim da Idade Média e só se pode falar de um estilo renascentista a partir de 1527, ano em que o poeta Sá de Miranda regressou da Itália com a Literatura Renascença italiana (1520 e 1527). Então em Portugal são divulgadas as modalidades poéticas clássicas, então esses procedimentos artísticos foram em território luso, chamado de medida nova.

 

A medida nova utiliza de versos decassílabos, que substituiu os redondinhos que era chamado de medida velha. Adotaram a medida de formas fixas, inspirados em modelos italianos, gregos, latinos entre outros.

 

Já o da poesia Lírica, foi de inspiração clássica, muitos deles foram usados na poesia luso-brasileira.

 

Soneto

É uma composição de forma fixa contendo 14 versos, em 4 estrofes, sendo eles 2 quartetos e 2 tercetos. O soneto petrarquiano é composto por decassílabos com rimas em ABBA, ABBA, CDE, CDE ou os tercetos CDC, DCD.

 

Terceto

São estrofes com três versos, com rima entrecruzada. ABA, ACB, CDC, DED, EFE e etc.

A partir da Divina Comédia, obra de Dante Alighieri começou a consolidar-se na Itália como a Terza rima que foi escrita toda em tercetos de cada série que acompanha um verso que acaba rimando com o intermediário da estrofe precedente.

 

Sextina

É composta por 6 estrofes de 6 versos, foi praticada por Sá de Miranda e Camões em Portugal, que permaneceu em circulação até o século XVIII. O arcadismo foi perdendo a rigidez formal até se confundir com a sextilha.

 

Oitava Pode também ser chamada de oitava real, oitava-rima ou oitava – heróica, que mostra o poema com 8 versos decassílabos, que segue um único esquema de rimas (ABABABCC). Já no renascimento italiano ganhou uma estrutura bastante conhecida em Os Lusíadas, de Camões que é um poema composto em 1.102 oitavas que foi bastante conhecida até o Romantismo.

 

Ode

Era um poema destinado ao canto heróico e expressivo, que presta tanto à glorificação de feitos épicos, como também a expressão íntima ou pessoal.

 

Elegia

A elegia é preservada desde a Antiguidade, dentro das suas origens, ela se associava com o canto triste em homenagem aos mortos. Atualmente ela desenvolve a composição lírica, apresentando uma forma variável, tendo versos sobre sentimento, dolorosos, despertados pela ausência, perda ou morte. Esta sempre associada à idéia de pranto e lamentação, e ao amor não correspondido, ou seja, distante.

 

Canção

A canção mostra a composição poética que é destinada ao canto. Dentro da modalidade que Camões, Dante e Petrarca a praticam, existem uma série de estrofes com um número regular de versos, sendo assim, portanto arrematada por uma estrofe menor, que resume o sentido das estrofes anteriores.

 

Écloga ou Égloga

São compostas de um tema campestre e pastoril, na forma de diálogo. Sannazzaro e Dante, no Renascimento, Virgílio entre os amigos, foram considerados os principais modelos das éclogas de Camões, como a “de Almeno e Agrário, e a “dos Faunos”, sendo a melhor expressão que uma filosofia pan-erótica pode ter, onde o amor é considerado um sentimento eterno que renova e mantém a natureza.

 

Epistola

A epistola é considerada uma composição poética, que foi direcionada para um amigo ou artista, feita com uma linguagem do dia a dia, se referindo à diversos assuntos morais, políticos, literários, sentimentais, amorosos, entre outros. Ela possui um sentido meio vulgar da denominação bíblica, que se dá a todos os escritos dos apóstolos de um grupo social, como por exemplo, a Epístola aos Coríntios, de São Paulo.

 

Epigrama

Expressa um pensamento principal, com muita precisão, agudeza, engenhosidade. Esse pensamento geralmente é de teor festivo, picante ou até mesmo satírico, é uma composição poética breve.

 

Epitalâmio

São cantos em louvou que atrai núpcias, ele é mais conhecido entre os gregos e romanos, ele exemplifica o lirismo da circunstância, sendo assim limitado pelo desejo de agradar. Na língua portuguesa, foi preservado por Antônio Ferreira e Sá de Miranda, no Arcadismo, por Claudio Manuel da Costa e Basílio da Gama e no Classicismo, por Cruz e Silva.

© 2014 por Lígia Winter. 

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